Happy Feet - O Pingüim
Eu sei que esse filme estreou há milênios no Brasil, mas o cinema daqui da minha cidade só passou o filme agora. Mas antes, devo avisar que Começa hoje um especial chamado "Celebridade da Semana", no qual eu usarei o espaço à direita, para colocar fotos semanais de profissionais do cinema do qual eu admiro. Essa semana, começo com o meu diretor favorito: Steven Spielberg
HAPPY FEET - O Pingüim


A idéia que deu origem a esse filme surgiu em 2005; mais exatamente no dia 24 de Junho de 2004, com a estréia de um documentário francês sobre pingüins e sua viagem anual em busca de alimento, chamado “A Marcha dos Pingüins”. O documentário, disponível em DVD no Brasil, obteve um sucesso absolutamente inesperado e foi responsável por uma verdadeira febre nos EUA, onde crianças e adultos ficavam loucos pelos pingüins do filme. O documentário se tornou a segunda maior bilheteria de um documentário na história, perdendo apenas para Fahrenheit 11 de Setembro, e ainda, foi o vencedor da categoria melhor documentário no Oscar do ano passado.
Depois desse imenso sucesso, os produtores de Hollywood resolveram investir nessa improvável e curiosa paixão que nós, humanos, temos por pingüins e financiaram esse Happy Feet – O Pingüim, pena que o resultado seja apenas mediano.
O filme começa com o nascimento de Mano, o pingüim principal. Logo quando nasce, seus pais notam no filhote uma estranha mania de mexer incansavelmente os pés, como se tivesse sapateando. No entanto, Mano não sabe cantar e isso se revela um grande problema, já que é com o canto que os pingüins machos conseguem seduzir as fêmeas. Mas, os seus movimentos com os pés começam a fazer sucesso entre a sociedade de pingüins e, em pouco tempo, grande parte dela começa a imitá-lo. Isso irrita o “chefe” do grupo que decidi expulsar Mano já que acredita que seu “sapateado” é o responsável pela escassez de peixes na região. Não conformado com essa teoria, Mano parte em busca do verdadeiro motivo pelo qual não há mais abundância de peixes.
Em sua primeira metade, o filme apresenta um ritmo bastante irregular e nunca consegue “decolar”. As cenas são quase sempre sem graças e entediantes. Os personagens que nos são apresentados, como exceção do protagonista, não são nada carismáticos e não divertem o espectador, já que suas piadas nunca funcionam.
Já na segunda metade, o filme melhora bastante, e o carisma do personagem principal se sobressai perante os defeitos do filme. É também na segunda metade que o filme faz uma dura crítica a nós, seres humanos, que tratamos o planeta de forma tão irresponsável, sem pensar no desastre ecológico que nossas ações causam.
Mas a maior qualidade desse filme reside em seu brilhantismo técnico. Happy Feet – O Pingüim é sem dúvida alguma o filme de animação mais bem feito da história do cinema. É assustador presenciar o nível de verossimilhança a que a animação digital chegou, tornando os clássicos filmes da Disney, como A Branca de Neve e Cinderela em filmes, apesar de inesquecíveis, absolutamente ultrapassados. O cuidado dos profissionais desse filme em transpor para a tela as feições dos pingüins, o deslizar da neve e das ondas quebrando são de encher os olhos.
Mesmo assim, o resultado final de Happy Feet – O Pingüim é bem inferior a grande parte dos filmes de animação recentes, como Carros, A Casa Monstro e Os Sem Floresta; o que é uma pena.